terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Artigo: CIDADÃO INERTE QUE É O PROBLEMA...

Artigo: CIDADÃO INERTE QUE É O PROBLEMA... (Por Mettran Senna)

É certo que vivemos um momento ímpar e de grande relevância para os anos (não tão distantes) que ainda estão por vir! É certo que pouca gente percebe isso! Já parou para refletir sobre o quanto o mundo mudou? A nossa vida mudou? A vida que temos hoje em dia, com o que precisamos gastar para viver (alimentação, saúde, vestuário e entretenimento) e o quanto precisamos nos proteger (segurança privada etc., isso quando possível), também para viver é assustador. Não vai demorar muito para o que dispomos hoje, não ser o suficiente amanhã!

Acredito fielmente e sem medo de errar, que grande parte (isso se não for a totalidade) dos males sociais que nos envolve diariamente, são de exclusiva responsabilidade do cidadão, culpa ou meia-culpa em alguns casos. Pois tudo se resume a algo muito simples. O conhecimento!

Entendo que enquanto crianças em meio a tantas dúvidas e medos, recorremos aos nossos pais para perguntar, aprender e suprir as necessidades do saber. E com o passar dos anos e nos seguintes estágios de maturidade, passamos a desenvolver (naturalmente) certa autossuficiência de aprendizado. Fazendo escolhas através do que aprendemos a gostar, odiar e aceitar. Entretanto, percebo que em grande parte das "mentes em formação" ou até mesmo das "mentes formadas", o conformismo e a escassez de força de vontade para ser (realmente) partícipe de nossa sociedade, em nível de Estado ou País, ao ponto de querer mudar o que está errado é cada vez mais presente. E acredite isso independe de qualquer manifesto popular contemporâneo.

Tem-se preguiça de ler, aprender, acompanhar, investigar, cobrar. Falta envolvimento, apego ao coletivo, ao bem plural e não somente o singular. Lembro que antes das manifestações populares que tomaram conta do Brasil no mês de Junho do ano passado ter ganhado as ruas, fui inclusive cansativo em afirmar veementemente no rádio, papos entre amigos e nas redes-sociais ao lembrar manifestos europeus, o quanto o brasileiro desconhece, ou desconhecia, o poder das manifestações. Pois não basta somente falar e esbravejar, mas sim exercer nossa cidadania como reais merecedores de sermos chamados de cidadãos. Saindo de casa, levantando do sofá, deixando de usar a internet somente para compartilhar bobagens e articulando uma cobrança, uma ação real.

Afinal, vivemos em um país onde pagamos absurdas taxas de impostos para absolutamente tudo o que consumimos. Pagamos cada conta dessa engrenagem chamada "República Federativa do Brasil". Mas e ai? Você gosta que metam a mão no seu bolso a preço de nada? Assistindo a uma novela ou escondido atrás do PC ou móvel?

Convenhamos que tudo isso acontece diariamente, todavia pouco importa para a maioria dos brasileiros pela enojante justificativa, "há o que adianta reclamar se não vai dar em nada?" ou pelo fato da violência instalada em tais manifestos! E a sua cobrança para que o Estado lhe garanta segurança para democraticamente reivindicar? Não é válido? Não vale a pena cobrar por isso também? É melhor se esconder novamente atrás apenas de ideologias e poucas ações? Atrás da cortina?

Vamos lá, pagamos as contas do Executivo, Legislativo e Judiciário para possuirmos um Sistema Único de Saúde literalmente na UTI, que nos obriga a pagar por planos de saúde bem aquém do que realmente gostaríamos de ter em um atendimento de saúde pago. Isso quando se pode pagar, além do já pago SUS. Fora que tal conta também serve para ao invés de nos proporcionar segurança, simplesmente nos fazer chorar sempre que perdemos um amigo, conhecido, parente ou anônimo para a criminalidade crescente, com a justificativa de que tudo não passou de "fatalidade". É sempre assim.

A mesma que nos faz ter que aceitar míseros aumentos no salário mínimo, votado no legislativo e sancionado pelo executivo, em contra partida de aumentos exorbitantes em bens de consumo. Na alimentação, vestuário e demais necessidades. Ressalta-se também, entre outros pontos, que pagamos para termos que pagar por escola privada, pela precariedade existente no sistema público de educação com notas baixíssimas de desempenho, em especial por conta das inúmeras greves. Aumentando cada vez mais, a desigualdade social pela falta de qualificação para se chegar à universidade e conquistar um bom emprego.

Ao final, o cidadão se exclui cada vez mais da sala de aula, dos livros, dos noticiários, das informações em geral, para estarem sempre bem menos preparados para escolher os nossos representantes. Se alguém ousa em criticar suas preferências, como novelas, filmes, reality shows ou uso infrutífero das redes-sociais é rebatido com o velho argumento dito acima, "há o que adianta reclamar se não vai dar em nada?”, acrescido em uma repulsa sobre sua crítica construtiva! Afinal, penso que querer que o cidadão dê mais atenção ao que nos lesa diariamente é sem dúvidas, extremamente construtivo e importante!

Acredite, tudo o que foi escrito acima se envolve em um único contexto. O da política! Ao passo lento em que o povo brasileiro caminha para decidir querer se envolver com a mesma, sem dúvidas é a velocidade que as mudanças de nossas mazelas sociais terão!

O problema não está nas mortes, barbáries, black blocks, justiceiros, vândalos, imprensa vendida, sensacionalismo ou seja lá o que for, lamentavelmente já existentes em muitos casos.

Repito, o problema está no cidadão! Que precisa conhecer mais de sua sociedade e obrigações. Em especial, do poder que possui como tal! Com isso, muito seria diferente!


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